Políticas afirmativas: quando a reparação vira compromisso

Nos últimos anos, falar em diversidade e inclusão se tornou quase obrigatório no mundo corporativo. As empresas querem parecer mais humanas, mais plurais, mais “atuais”. Fotos de equipes diversas aparecem nos sites, campanhas valorizam a diferença — e ainda assim, muitos ambientes de trabalho continuam sendo pouco acolhedores, desiguais e excludentes.

Por isso, quando falamos em políticas afirmativas, não estamos falando apenas de números, de cotas ou de uma imagem “descolada” no LinkedIn. Estamos falando de reparação histórica — de reconhecer que o ponto de partida não foi o mesmo para todos e que há feridas sociais que atravessam gerações.

Implementar políticas afirmativas é reconhecer que o racismo, o machismo, a LGBTfobia e o capacitismo não são “assuntos pessoais”, mas estruturas que se reproduzem dentro das organizações. E que a responsabilidade de mudar isso também é coletiva.

a. Para além dos indicadores: 

Para além dos dados que mostram que equipes diversas produzem mais — o ID_BR, por exemplo, identificou que cada 10% de aumento na diversidade étnico-racial gera quase 4% a mais de produtividade —, o que está em jogo é muito mais profundo.

Se você é dono de uma pequena empresa, gestor ou coordenadora de RH, talvez se pergunte: “Mas o que eu, com uma equipe de dez, quinze pessoas, posso fazer?”

A resposta é: muito.

A mudança começa nas pequenas escolhas — no modo como se contrata, como se ouve, como se distribuem oportunidades e como se reconhece o valor de cada pessoa.

Não se trata apenas de abrir vagas afirmativas, mas de preparar o ambiente para receber quem sempre foi deixado de fora e garantir que as vozes que chegam possam ficar, ser ouvidas e crescer. Enfatizamos que diversidade sem pertencimento é só marketing.

b. Reparar é diferente de incluir

Enquanto a inclusão fala em “abrir espaço”, a reparação fala em “mudar as bases do espaço”.

É desconfortável, sim — porque implica rever privilégios, revisar processos, questionar o que se entende por “perfil ideal”.

Mas é justamente nesse desconforto que a transformação começa.

Reconhecer que algumas pessoas precisaram lutar o dobro para chegar ao mesmo lugar não é sobre culpa, é sobre responsabilidade ética e social.

E responsabilidade é um valor que uma empresa pode — e deve — sustentar com orgulho.


c. Por onde começar

    •    Escute as pessoas da sua equipe e reconheça onde estão as desigualdades.

    •    Busque parcerias com projetos e consultorias que possam apoiar sua empresa nesse processo.

    •    Ofereça formação contínua sobre vieses inconscientes, equidade e pertencimento.

    •    E, principalmente, não faça por aparência — faça por convicção.

Políticas afirmativas são, no fim das contas, um gesto de responsabilidade coletiva que  demonstram que a empresa compreende que o mundo do trabalho precisa ser um espaço de justiça, respeito e equidade, que ambientes diversos e inclusivos fortalecem a cultura organizacional e ampliam a capacidade de inovação.

Na Síncrona, acreditamos que o cuidado passa também por reconhecer desigualdades e agir para transformá-las e falar em saúde mental nas empresas é falar sobre o direito de existir — com corpo, história e voz — sem precisar se encaixar em um padrão. Nos mande uma mensagem e veja como podemos apoiar você e sua empresa com nossos programas.

(fonte: https://www.abrainc.org.br/inclusao-e-diversidade/2022/12/14/produtividade-cresce-com-aumento-da-diversidade-etnicoracial-nas-empresas#:~:text=Produtividade%20cresce%20com%20aumento%20da%20diversidade%20%C3%A9tnico%2Dracial%20nas%20empresas.)

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