Ano novo, e agora? Uma conversa sincera sobre metas, autocuidado e próximos passos
Existe algo curioso sobre o início de um novo ano: mesmo que a gente saiba que a virada é só uma troca de data, ainda assim sentimos aquele chamado silencioso para reorganizar a vida. É como se abrisse uma janela interna onde conseguimos ver, com mais clareza, o que queremos manter… e o que já não faz mais sentido carregar.
Mas antes de sair planejando metas novas (e longas listas que mais geram culpa do que movimento) te faço um convite: olhar para o ano que passou com gentileza.
Redes sociais e o universo das aparências.
Nos últimos anos, as redes sociais se tornaram um grande palco onde cada pessoa compartilha pequenos recortes do que vive: fotos de viagens, conquistas profissionais, momentos de lazer e mais uma série de registros de fatos incríveis de sua vida ‘feliz’ (será?).
Mesmo sabendo que se trata de registros filtrados e editados para estarem ali, ainda assim é comum sentirmos algum tipo de desconforto interno ao nos depararmos com tudo isso, como se estivéssemos sempre a um passo (ou mais) atrás em comparação aos outros.
As horas que faltam: jornadas, cansaço e o mundo do trabalho
As discussões recentes sobre folgas, jornadas e condições de trabalho ganharam força quando se propôs o fim da escala 6x1 e, embora o debate tenha perdido visibilidade, ele permanece vivo na experiência cotidiana das equipes que sustentam o funcionamento das organizações. A pesquisa do Datafolha indicando que 64% da população apoia mudanças nesse modelo revela mais do que opinião; mostra um esgotamento social acumulado, quase uma denúncia coletiva de que a exaustão deixou de ser exceção e se transformou na regra silenciosa que orienta o ritmo de muitos setores.
Fome ou sede? O que seu corpo tenta dizer enquanto você segue no automático
Fome ou sede? O que seu corpo tenta dizer enquanto você segue no automático.
Um exemplo simples: a confusão entre fome e sede.
A mesma região do cérebro que regula o apetite também regula a sede. Ou seja, quando estamos há muitas horas sem beber água, o corpo pode emitir sinais parecidos com fome: aquela queda de energia, leve dor de cabeça, distração, vontade de “beliscar” algo rápido. E o desafio se intensifica quando a rotina acontece no modo automático, com pausas improvisadas e refeições negociadas com o relógio. Temos a impressão de que a fome chega “do nada”, mas, na verdade, só não foi percebida desde o ínicio.
Corpo não é pauta.
Nós, mulheres, crescemos aprendendo (na pele) que nossos corpos foram feitos para serem observados, avaliados e classificados. É como se existisse um foco permanente apontado para cada detalhe do tamanho, forma, peso ou aparência, mesmo quando nada é dito; até porque, desde muito cedo, aprendemos também a olhar para nós mesmas com essa lupa crítica e implacável.
A herança da culpa e a coragem de descansar
Há uma sensação que atravessa muitas pessoas quando finalmente chega o momento de parar, uma espécie de inquietação que confunde pausa com fraqueza e repouso com abandono, como se o corpo só pudesse ceder depois de cumprir todas as tarefas e o tempo livre fosse um território que precisa ser conquistado e, de certo modo, justificado. Essa sensação não nasce do acaso, ela é herdeira de uma longa história que molda a maneira como entendemos o trabalho, o valor e o direito de simplesmente existir sem função imediata.
Quando o cansaço pede açúcar: o que o corpo tenta comunicar?
Quando o cérebro está cansado, ele busca energia rápida, por isso a vontade de doce se torna tão presente. O açúcar é uma fonte imediata de glicose, fazendo com que se torne o “atalho” perfeito para aumentar a disposição, infelizmente de forma momentânea.
Isso acontece mesmo quando você é uma pessoa disciplinada, pois o processo é puramente fisiológico: fadiga mental reduz a capacidade de decisão e aumenta a busca por recompensas rápidas.
A boa notícia é que essa fixação por doces e energia rápida pode melhorar através do ajustes na rotina: sono, pausas, alimentação, respiração e atividade física.
Cuidar de si também é entender o que o corpo tenta comunicar.
E você? também acaba exagerando no doce quando está cansada?
O mito da otimização do tempo: o preço de fazer tudo ao mesmo tempo
Nem sempre o problema está na falta de foco — às vezes, está no tamanho da meta.
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Planejar objetivos muito grandes sem considerar tempo, energia e contexto pode gerar sobrecarga, frustração e sensação de inadequação.
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Cuidar de si também é ajustar expectativas: colocar pequenas metas que caibam na rotina, reconhecer o que já foi feito e entender que o progresso não precisa ser constante — apenas possível.
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✨ O equilíbrio não vem da produtividade, mas da gentileza com o próprio ritmo.
Confira as ferramentas práticas para ajustar metas e cuidar da rotina com mais leveza.
Políticas afirmativas: quando a reparação vira compromisso
As empresas estão cada vez mais falando sobre diversidade e inclusão — mas ainda são poucas as que entendem o que isso realmente significa.
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Falar em políticas afirmativas é ir além das cotas, dos números e das fotos diversas em campanhas.
É reconhecer que o ponto de partida não foi o mesmo para todos, e que a reparação é um compromisso ético e coletivo, não uma tendência de marketing.
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Reparar é diferente de incluir.
Enquanto a inclusão fala em “abrir espaço”, a reparação fala em mudar as bases do espaço — rever privilégios, repensar processos e criar ambientes onde todas as vozes possam permanecer, crescer e pertencer.
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Na Síncrona, acreditamos que falar de saúde mental nas empresas também é falar sobre o direito de existir — com corpo, história e voz — sem precisar se encaixar em um padrão.
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A transformação começa nas pequenas escolhas.
E responsabilidade é um valor que uma empresa pode — e deve — sustentar com orgulho.
Ansiedade natural ou transtorno?
Todos nós já passamos por momentos em que o coração acelera antes de uma prova, de uma apresentação importante ou de uma entrevista de emprego; essa é uma reação natural: o nosso corpo se prepara para enfrentar um desafio.
No entanto, quando a ansiedade passa a ser frequente, intensa e prejudicial ao cotidiano, pode estar se transformando em um transtorno, e essa é uma das questões mais comuns hoje: como saber se estou apenas ansiosa(o) ou se já tenho um transtorno de ansiedade?
Sono e compulsão: acabamos fazendo dietas quando o que precisamos é dormir mais e melhor.
É comum ouvir que a alimentação compulsiva está ligada apenas à força de vontade, e para isso apostamos em várias estratégias lançadas pela indústria - que com um discurso sedutor nos leva a acreditar que aquela pílula mágica com cafeína para aumentar a produtividade e com cromo para diminuir a vontade do doce vai funcionar. Mas essa ideia desconsidera o impacto biológico de um corpo cansado, estressado e em privação de sono.
Pertencimento no trabalho: antídoto contra a lógica da competição
No cotidiano profissional não é difícil perceber o quanto as relações de trabalho têm se tornado mais frágeis, instáveis e guiadas por uma lógica de produtividade quase ininterrupta, de modo que em meio a prazos curtos, alta rotatividade e exigências crescentes muitos trabalhadores se veem deslocados, como se fizessem parte de uma engrenagem mas não de uma comunidade.
O que é “demissão silenciosa” — e por que ela cresce
“Demissão silenciosa” descreve quem segue trabalhando, mas sem engajamento emocional. Não é preguiça: é autoproteção quando o corpo e a mente chegam ao limite. Sem pausas, reconhecimento ou propósito, o cérebro entra em modo economia de energia para tentar sobreviver ao ritmo.
Menopausa e ambiente de trabalho: quando “falta de foco” é, na verdade, perimenopausa
A perimenopausa — fase de transição que pode começar ainda nos 40 anos — embaralha hormônios, sono, humor e cognição. No trabalho, isso costuma ser rotulado como “desatenção”, “preguiça” ou “depressão repentina”. Resultado: mulheres sofrem em silêncio, a produtividade cai e a empresa perde talento por falta de compreensão e estrutura.
Este guia explica o que muda no corpo, como isso aparece no dia a dia profissional e o que colaboradoras e empresas podem fazer para atravessar a fase com acolhimento e eficiência.
Tenho compulsão alimentar agora?
Compulsão alimentar não é “fraqueza” nem “falta de disciplina”. É uma resposta do corpo para regular emoções intensas, estresse crônico, privação de nutrientes (e muitas vezes o efeito rebote de dietas restritivas).
Se você se identificou com 3 ou mais sinais do auto‑check abaixo, procure ajuda multiprofissional (Nutrição Comportamental + Psicologia). Comece com passos gentis: comer sentado, mastigar devagar, nomear a emoção antes da garfada.
Ansiedade social: o medo de ser visto
Mãos suando, coração acelerado só de ligar a câmera? Antes de rotular isso como “falta de coragem”, lembre que o corpo está em modo alerta. A ansiedade social é uma resposta de autoproteção quando o cérebro interpreta a exposição como ameaça.
Well-being corporativo: cuidar de quem cuida do negócio
Produtividade sustentável começa pelo bem-estar de quem faz a engrenagem girar. Estudo após estudo confirma: empresas que investem em saúde mental e hábitos saudáveis reduzem até 60 % dos afastamentos por estresse e elevam a performance em cerca de 20 %. Quando a equipe respira melhor, o resultado financeiro acompanha.
Seu segundo cérebro: como a microbiota intestinal molda humor, foco e bem-estar
O intestino não é só um tubo digestivo. Ele abriga trilhões de bactérias, vírus e fungos que se comunicam com o sistema nervoso 24 horas por dia. Esse ecossistema — a microbiota intestinal — produz até 90 % da serotonina do corpo, neurotransmissor que estabiliza o humor e regula o sono. Cuidar dele, portanto, é cuidar da saúde mental.
Serotonina no prato: 5 alimentos que elevam o humor
Humor também se cultiva na cozinha. Você já ouviu que gente feliz produz mais, certo? Agora imagine gente feliz e bem nutrida… potência pura. A ciência mostra que determinados nutrientes ajudam a modular a serotonina – neurotransmissor ligado a satisfação, foco e sensação de bem-estar. Quando o corpo tem matéria-prima para produzi-la, a mente tende a ficar mais clara e o desânimo perde força.
Entenda como os hábitos moldam seu pensamentos
Você deita na cama, abre o celular e começa a rolar o feed quase sem perceber. Minutos depois, chega o lanche da noite, sempre o mesmo, sempre no automático. Parece simples rotina, mas esses pequenos gestos abrem sulcos no cérebro – trilhas que facilitam repetir a ação, mesmo quando ela já não faz sentido.

